Conservadores tupiniquins
Matheus Arcaro, nosso novo colunista, é mestre em Filosofia pela Unicamp. Professor de filosofia e sociologia e escritor com 8 livros publicados entre romance, conto, poesia, infantil e filosofia.
POLÍTICAMATHEUS ARCARO
10/20/20251 min ler


O conservadorismo, enquanto proposta política, nasceu na Inglaterra no século XVIII. Seu principal expoente, Edmund Burke, sintetizou seu pensamento na obra "Reflexões sobre a Revolução da França" e, ali, lançou os alicerces do pensamento conservador.
Um dos pontos que poucos compreendem: as transformações, segundo Burke, são possíveis e até aceitáveis, desde que necessárias e muito bem planejadas. Neste sentido, portanto, o conservador não é um reacionário.
Os pilares do seu pensamento são: duvidar de ideias mirabolantes e utópicas (ceticismo político) e respeitar a tradição (a humanidade só chegou onde chegou graças aos seus antepassados).
Pegando carona neste último tópico, como seria um legítimo conservador brasileiro?
Bom, primeiro, teria um grande respeito às instituições. Segundo, valorizaria suas raízes, suas origens que, segundo Darcy Ribeiro, estão interseccionadas entre o branco europeu, o negro africano e o indígena nativo.
E, aqui, deixo uma provocação: os conservadores que você conhece valorizam a tradição indígena e africana? Respeitam as religiões não-cristãs? Resgatam os ritos e costumes dos povos nativos? São a favor da demarcação das terras indígenas? Se a resposta for negativa para estas (e tantas outras questões) duvide que essas pessoas sejam conservadoras.
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