Israel permite e financia milícias e gangues em Gaza.
Em discurso divulgado no dia 5 de junho de 2025, o primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu confirmou publicamente que o governo israelense ativou clãs locais em Gaza contrários ao Hamas, afirmando que a operação foi realizada “sob conselho de oficiais de segurança” e que “salva vidas de soldados do Exército de Defesa de Israel” .
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8/2/20252 min ler


Israel Arma Gangues Criminosas em Gaza como Estratégia Deliberada de Ocupação e Fragmentação
Gaza, 2 de agosto de 2025 — O Estado de Israel arma e protege ativamente gangues criminosas na Faixa de Gaza como parte de uma estratégia deliberada de divisão e controle. Entre os grupos beneficiados está o clã Abu Shabab, acusado de roubo de ajuda humanitária e atos de violência contra civis palestinos. A prática foi confirmada pelo próprio primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que declarou ter “ativado clãs em Gaza que se opõem ao Hamas”, sob orientação de oficiais de segurança, como forma de “salvar vidas de soldados israelenses”.
A medida não representa um desvio tático, mas sim a continuidade de uma política histórica. Desde os anos 1980, Israel tem apoiado organizações islamistas e grupos locais na Cisjordânia e em Gaza com o objetivo de enfraquecer a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e fomentar divisões internas. Trata-se da aplicação reiterada da lógica colonial de “dividir para governar”.
O armamento e a proteção de gangues criminosas funcionam como uma extensão sofisticada dessa política, destinada a fragmentar o tecido social palestino, sabotar qualquer forma organizada de resistência e alimentar a narrativa de que os palestinos são incapazes de autogoverno. Ao fomentar o caos e empoderar elementos criminosos, Israel reforça sua presença militar sob o pretexto de “manutenção da ordem”, justificando a ocupação contínua. Trata-se de uma manipulação cínica de condições materiais desesperadoras com fins geopolíticos e coloniais: as contradições internas da sociedade palestina são deliberadamente acentuadas para legitimar a dominação externa.
Além disso, a proliferação dessas gangues não pode ser compreendida separadamente de um processo ideológico mais amplo de desumanização dos palestinos. Essa desumanização é endossada por lideranças políticas e militares israelenses, amplificada pela mídia hegemônica do país e internalizada pelo público como fundamento moral da violência.
Declarações como “não há inocentes em Gaza” circulam livremente entre autoridades e veículos de comunicação, moldando a conduta militar e facilitando o consentimento público para ações extremas. A retórica desumanizadora transforma os palestinos em inimigos abstratos, apagando sua condição humana e tornando politicamente viável o bombardeio de civis, a destruição de hospitais e escolas, o colapso dos sistemas básicos de sobrevivência e a criação deliberada de um ambiente anárquico.
Esse ambiente caótico, por sua vez, é usado como justificativa retroativa para políticas genocidas. A narrativa de que os palestinos vivem sob domínio de gangues e são incapazes de se governar legitima as ações israelenses e perpetua o ciclo de dominação. A desumanização funciona, assim, como componente essencial da superestrutura ideológica que sustenta a base material da ocupação: ela não apenas justifica, mas prepara o terreno para a fome, o deslocamento forçado e a institucionalização da violência como normal
Em suma, a emergência de gangues em Gaza não representa uma falha de controle por parte de Israel, mas sim um subproduto funcional e planejado de sua estratégia colonial — onde o caos é administrado, e a desorganização interna é utilizada como arma de guerra prolongada contra a autodeterminaão palestina.
BOLCHENEWS
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