Megaoperação da PF expõe: o PCC e o capital financeiro andam de mãos dadas na Faria Lima
Só em um dos luxuosos prédios da região, a Polícia Federal cumpriu 15 mandados de busca, recolhendo documentos e computadores de empresas, corretoras e fundos de investimento
JUSTIÇAPOLÍTICASAULO CORLEONE
8/28/20252 min ler


Faria Lima ou Farinha Lima 👃👀⚡?
Na manhã desta quinta-feira (28), o coração do capital especulativo brasileiro foi sacudido: a Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, palco de banqueiros engravatados e fundos bilionários, virou alvo de uma megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). Em apenas um dos luxuosos prédios da região, a Polícia Federal cumpriu 15 mandados de busca, recolhendo documentos e computadores de empresas, corretoras e fundos de investimento, as chamadas fintechs, que movimentam fortunas todos os dias sob o verniz da legalidade burguesa.
Segundo o Ministério Público e a Receita Federal, o PCC controlava mais de 40 fundos de investimento com patrimônio acima de R$ 30 bilhões. Isso só foi possível porque o tráfico de drogas, alimentado por uma política de guerra que mata muito preto e pobre nas periferias, encontra no sistema financeiro seu verdadeiro aliado: bancos paralelos, laranjas engravatados e postos de combustíveis usados para lavar bilhões.
É o retrato escancarado de um sistema hipócrita. O Estado mantém a juventude negra e periférica sob a mira do fuzil, em nome de uma guerra às drogas que quase nunca toca nos poderosos. De outro lado, a engrenagem do capital financeiro abre as portas para que esse mesmo dinheiro circule, se multiplique e seja reinvestido em ações, fazendas de cana, fintechs e distribuidoras de combustíveis.
A cada litro adulterado, a cada transação mascarada, o consumidor comum paga a conta. Mas a pergunta que fica é: quem lucra? Não é aquele que se arrisca na biqueira, seduzido pelo dinheiro que o tráfico paga nos salários, nem a mãe que chora pelo filho assassinado em operações policiais. Quem lucra são os donos de construtoras, os fundos de investimento, os gestores da Faria Lima, políticos coniventes e toda uma estrutura que vive da fusão entre capital formal e crime organizado.
Os números são obscenos: entre 2020 e 2024, foram importados mais de R$ 10 bilhões em combustíveis pelos investigados. Uma fintech operava como banco paralelo do PCC, movimentando sozinha R$ 46 bilhões sem rastreamento. Enquanto isso, em São Paulo, a Receita aponta que mais de R$ 7,6 bilhões foram sonegados, dinheiro que deveria financiar saúde, educação e moradia.
A megaoperação da PF, que é junção de três investigações batizadas de Carbono Oculto, Quasar e Tank, tenta vender a narrativa de que agora o Estado vai desarticular o PCC. Mas o tráfico de drogas só se sustenta porque existe um sistema político e econômico que dele depende. E esse sistema pode ter um impacto agora, mas logo logo ele se recupera e se rearticula. Por isso defendemos que o problema das drogas seja tratado como problema de saúde pública, que ocorra realmente uma legalização com responsabilidade e o Estado tem um papael fundamentel em desenvolver uma Indústria cannabíca totalmente nova, com fármacos e óleos, para tratar diversas doenças e oferecer pelo SUS.
A guerra às drogas, no fundo, nunca foi contra as drogas. Foi sempre contra o povo preto e pobre. Enquanto isso, quem de fato transforma pó em ações, sangue em dividendos e dor em lucro segue confortável em prédios envidraçados, onde o metro quadrado vale milhões e a lei raramente chega.
BOLCHENEWS
Fique por dentro das últimas notícias
contato
© 2025. All rights reserved.