Pesquisa Latam Pulse aponta aprovação de Lula em alta, mas dados revelam a persistência de uma disputa ideológica contra o bolsonarismo.

Entenda o significado por trás dos dados

MATHEUS PESSOAPOLÍTICA

MATHEUS PESSOA

8/1/20252 min ler

Pesquisa Latam Pulse aponta aprovação de Lula em alta, mas dados revelam a persistência de uma disputa ideológica contra o bolsonarismo.

Uma nova pesquisa da iniciativa Latam Pulse, uma colaboração entre a AtlasIntel e a Bloomberg, divulgada em julho de 2025, traz um panorama intrigante da política brasileira. Embora a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha alcançado 50,2%, superando a desaprovação de 49,7% pela primeira vez no ano, uma análise mais aprofundada dos dados revela a persistência de uma disputa ideológica que mantém o cenário político em ebulição. O levantamento, feito com 7.334 brasileiros, tem margem de erro de um ponto percentual.

Apesar da aprovação pessoal do presidente ter crescido, a avaliação de seu governo continua com um índice negativo, com 48,2% dos entrevistados classificando a gestão como "ruim/péssima" contra 46,6% que a veem como "ótima/boa". Esse contraste sugere que a popularidade do presidente pode estar ligada a fatores distintos da percepção sobre o desempenho geral de seu governo.

A inegibilidade como ironia na disputa eleitoral para 2026

A pesquisa também projetou cenários para as eleições presidenciais de 2026. Nesses cenários, Lula se mantém à frente, mas a persistência de uma oposição forte, mesmo com suas contradições, é um ponto de destaque.

* Em um primeiro turno que reproduz a disputa de 2022, o presidente Lula aparece com 47,8% das intenções de voto, superando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que, mesmo inelegível, ainda detém 44,2% dos votos.

Nos cenários de segundo turno, Lula também lidera, mas a disputa segue acirrada:

* Lula (50,4%) x Tarcísio de Freitas (46,6%)

* Lula (50,6%) x Michelle Bolsonaro (45,9%)

* Lula (50,1%) x Jair Bolsonaro (46,3%)

A pesquisa sublinha a resiliência de figuras políticas ligadas ao antipetismo, mesmo diante de reveses judiciais, como a inegibilidade de Bolsonaro, e de uma leve melhora na aprovação do atual governo. A ironia reside no fato de que parte dessa oposição, que muitas vezes acusa o atual governo de esquemas de corrupção, vê seu principal líder confrontado com condenações que o tornaram inelegível. Essa dinâmica é um dos principais fatores que o estudo sugere que ainda moldam a disputa ideológica da burguesia brasileira.